quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

hoje eu tô inspirada...
as musas me possuem!!!

Pequena Crônica Sobre o Querer.

Estava eu pensando na vida.
Tenho tantos planos e tantas coisas a fazer. Quero me formar professora, ter minha casa, filhos, famíla, cachorro e todo o resto. Mas sempre tem aquela hora na vida em que a gente pensa se é isso mesmo o que se quer. Eu por exemplo sempre penso em como vai ser minha vidinha quando que eu tiver que trabalhar, cuidar da casa, do marido e dos filhos depois de trabalhar, é claro, e ainda ter tempo pra ir à Lapa.
Acho que me adaptaria bem a isso, mas não é o caso. Comentemos isso em uma próxima crônica.
Pensar na vida me fez pensar na morte também. Pincipalmente no que diz respeito a me formar. Explico.
Nos últimos dois anos fiquei sabendo que três pessoas da minha idade ou mais novas, todas da mesma faculdade que eu, morreram. Causas diversas, mas ainda assim, mortes.
Esses fatos me fizeram refletir. Foi o que deu origem ao escrito. Toda essa vida desperdiçada, planos interrompidos e ausência.
Todos sabemos que a morte é que nem purgante: quando chega a hora é inevitável escapar. O problema é que nem sempre os planos cabem na vida. Quer dizer, se eu morrer hoje eu me planejei à toa. É muita sacanagem. Por que eu não posso terminar tudo que planejei e ir depois? Acho que tem alguma coisa a ver com o fato de os planos nunca serem tão solidos e concretos. Os planos são mais uma encenação, me perdoem a metáfora vagabunda mas a vida é um palco e nele ensaiamos o que queremos fazer, a morte é o diretor chato que constata que nada do que queriamos era de fato o que queriamos.
Mas, se nada do que queremos é de fato o que queremos, então o que queremos afinal?
Não importa, mas que eu queria, eu queria...
A unica certeza da vida é a incerteza.

Sobre a chuva.

É a fonte da juventude das almas aflitas,
É quem lava as impurezas e desembaça as vidraças da alma,
É quem acalma o mato que crepita.
É tempestade, é fúria, é vento, é calma.
Arrebatamento e frustração: é quem dá e quem tira o pão.
Mais uma enchete, menos uma vida.
Os móveis se perdem, os carros afundam.
Barcos nas avenidas, ruas escuras, luto.
Depois da tempestade sempre vem o arco-íris.

Nota de rodapé

A poesia transbordante é infinita enquanto viva.

Poeta Convidado

Um breve ensaio.

O telefone tocou no meio da madrugada.
A voz dela era a mesma,ou pelo menos era assim que Alan se recordava.
Sem saber o que dizer depois de tanto tempo, ele perguntou timidamente:Alô, Laurinha?
A resposta sonolenta na voz embargada já conhecida de tantas noites respondia que não, não era a Laurinha. Alan suspirou, se desculpou pelo engano e por ser tão tarde para aquela ligação. A segunda resposta veio com certa impaciência:Não há problema, boa noite.
Alan não pôde se despedir de Cláudia, pois o telefone já fora desligado. Ela se levantou, bebeu água e voltou para a cama. Não conseguia dormir. Tinha certeza absoluta de que conhecia aquela voz. Nada pode fazer. A ligação já estava desfeita. A chance de tudo se acertar já não existia mais. Afinal, Alan sempre fora um fraco.
E Alan, como quem já soubesse o que Claudinha pensava a seu respeito, assentiu e lamentou não ter coragem para tentar outra vez. Na falta do que fazer, foi desenhar. Cláudia, tendo perdido o sono voltou-se para o seu Joyce.

Por: Marcelo Coutinho de Oliveira.