quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Poeta Convidado

Um breve ensaio.

O telefone tocou no meio da madrugada.
A voz dela era a mesma,ou pelo menos era assim que Alan se recordava.
Sem saber o que dizer depois de tanto tempo, ele perguntou timidamente:Alô, Laurinha?
A resposta sonolenta na voz embargada já conhecida de tantas noites respondia que não, não era a Laurinha. Alan suspirou, se desculpou pelo engano e por ser tão tarde para aquela ligação. A segunda resposta veio com certa impaciência:Não há problema, boa noite.
Alan não pôde se despedir de Cláudia, pois o telefone já fora desligado. Ela se levantou, bebeu água e voltou para a cama. Não conseguia dormir. Tinha certeza absoluta de que conhecia aquela voz. Nada pode fazer. A ligação já estava desfeita. A chance de tudo se acertar já não existia mais. Afinal, Alan sempre fora um fraco.
E Alan, como quem já soubesse o que Claudinha pensava a seu respeito, assentiu e lamentou não ter coragem para tentar outra vez. Na falta do que fazer, foi desenhar. Cláudia, tendo perdido o sono voltou-se para o seu Joyce.

Por: Marcelo Coutinho de Oliveira.

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