segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

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Chovia. Os dias andavam nublados. Para ela até o sol era nublado. Não aquecia, não aconchegava. Só cegava. Gostava da chuva. Sentia-se mais pura ao abraçar as gotas que caiam em sua pele como parte de si. Gostava de correr pelas ruas do centro com suas botas militares e seus vestidos de renda. Completava a paisagem como se fosse parte dela: mórbida, cinzenta e, ainda assim, feliz. As poças e pombas seguiam sua dança como pares. Pares de uma dança solitária. Bailava a valsa da solidão.

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