segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O ruido do silêncio

ratos que passam chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
baratas que correm se movem como ratos que passam e chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
pulgas saltitantes enganam os instantes como baratas que correm e se movem como ratos que passam e chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
corujas que piam suscitam arrepios como pulgas saltitantes que enganam os instantes como baratas que correm e se movem como ratos que passam e chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
cães que uivam urram como corujas que piam e suscitam arrepios como pulgas saltitantes que enganam os instantes como baratas que correm e se movem como ratos que passam e chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
árvores desfolhadas balançam seus galhos como cães que uivam e urram como corujas que piam e suscitam arrepios como pulgas saltitantes que enganam os instantes como baratas que correm e se movem como ratos que passam e chacoalham seu rabos como se fossem meros calos presos em sapatos.
nessa vastidão de sons, se faz silêncio no cemitério.

1 comentário:

  1. Você esqueceu de fotografar a respiração sufocada do jovem namorado deitado de bruços sobre a lápide da amada. Na penumbra.

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